Duda Beat lança álbum eletrônico, Tara e TalDivulgação/ Gabriela Schmidt

Rio - Tem novidade na área! Duda Beat lançou seu terceiro álbum, "Tara e Tal", que marca uma nova fase da carreira da cantora pernambucana. Para o DIA, a artista, conhecida como a rainha da sofrência pop, fala sobre a nova era, dá spoilers de sua próxima turnê, "Tara e Tour", que começa em maio deste ano, reflete sobre os julgamentos e celebra o novo disco.
"O processo de criação do álbum foi bem diferente do primeiro e segundo. Eu acredito que cada disco vem de uma forma diferente. Nesse a gente fez uma imersão em uma ilha porque eu queria muito que tivesse uma vibe mais solar e acabou que choveu todos os dias (risos). E nos poucos dias que fizeram sol, eu fiz as canções mais solares. Mas ainda é da mesma forma no sentido musical", conta.
"Eu faço canção, e aí eu tenho o Tomás e Lux fazendo a harmonia, a melodia e produzindo as coisas comigo no estúdio. Então, é realmente a três mãos nesse sentido da feitura. Mas foi um disco que já começou com um propósito muito forte de querer romper um pouco no sentido sonoro, principalmente, trazer outras camadas, mantendo aquelas misturas que eu sempre faço de ritmos, melodias e sons", explica.
O álbum, que Duda descreve como animado e "que te acompanha desde o momento que você está se arrumando para sair de casa, até o momento que você volta para casa no outro dia de manhã", ainda conta com parcerias mais que especiais para a cantora. "Na primeira faixa, eu tenho a guitarra do Lúcio Maia, do Nação Zumbi, que quis trazer essa que é a minha grande referência de carreira, que é Nação Zumbi, o Chico Science. Então, ter ali o Lúcio Maia é ter um pouquinho do Nação junto. E também a Liniker que, para mim, é a maior diva da nossa geração, que se apropria desse lugar de uma forma muito bonita. Então, quando eu comecei a desenhar essa música, que é tipo um samba, meio pagode, eu tinha certeza que eu queria muito que ela estivesse presente e ela, nessa reciprocidade feliz, acabou aceitando esse convite", celebra.
Sobre a maior diferença desse projeto para os outros discos, a artista pontua: "Acho que nesse terceiro eu estou muito mais a fim de me arriscar, de experimentar o novo, aberta à novas sensações. Eu acho que é a maior diferença, assim. Mas sinto que também tem esse fio-condutor da vulnerabilidade do primeiro e do segundo, que tem muito a ver comigo. Então, você vê ainda uma Duda vulnerável, mesmo que ela tenha de fato saído do casulo para tentar se divertir, se jogar em lugares que ela ainda não foi".
E a partir do dia 16 de maio, em São Paulo, Duda inicia sua mais nova turnê, "Tara e Tour", que passa pelo Rio no dia 14 de junho. Para o DIA, ela adianta as novidades das apresentações. "Os preparativos estão a todo vapor. A gente já está ensaiando com a banda e tudo. De spoiler eu posso dizer que é um show onde vão acontecer atos e onde a gente vai focar a atenção do público em lugares que realmente são importantes durante essa celebração", avisa.
"A luz, por exemplo, vai ser super protagonista nesse show e aí quando no telão estiver acontecendo alguma coisa, o palco vai estar apagado. Porque eu senti que no último show da turnê 'Te Amo Lá Fora', a gente tinha muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e isso desfocava um pouco o público do que realmente era importante. Então, eu sinto que essa terceira turnê é um pouco mais minimalista no quesito de coisas acontecendo, mas o que tiver acontecendo vai ter o protagonismo que merece", ressalta.
Nova era
O novo disco marca um novo momento na carreira da artista, que ela define como "metálica", com uma pegada eletrônica e voltada para as pistas de dança, diferentemente de seus primeiros trabalhos, "Sinto Muito", de 2018, e "Te Amo Lá Fora", de 2021. "Acho que é uma era onde, de fato, ela só quer curtir, se jogar, mesmo que enquanto está na pista de dança esteja pensando em todos os problemas, no ex, em tudo isso. Porque é um sentimento que normalmente acontece, comigo principalmente", admite.
"Quantas vezes eu já fui para a festa, estou lá dançando, e aí do nada vem mil pensamentos, da conta que eu tenho para pagar no outro dia, da coisa que eu tenho para fazer, de um cara que não me quis ou do romance que eu estou vivendo? Então, eu acho que o sentimento desse disco é meio esse, assim. E, ao mesmo tempo, um sentimento de renascimento. Não é a toa que a capa é completamente árida, e isso quer dizer muito. Quer dizer que tudo ali naquele chão pode nascer. Então, é muito sobre isso também", explica.
Duda, que assinou com uma gravadora após anos como artista independente, ressalta como aprendeu no início de sua carreira trabalhando por conta própria. "Primeiro, é importante frisar que qualquer artista que esteja começando, eu sempre vou apoiar que ele seja independente. Para mim, foi super importante isso porque eu consegui ter noção de como funciona, de quanto eu valho, de quanto minha obra vale, de quanto eu invisto, quanto recebo… Isso é uma escola que a vida me ensinou e que é super importante. O que muda para mim são as conexões, é ter com quem contar. Não me sentir tão sozinha na hora de divulgar meu disco, ter esse tipo de análise sendo feita e tudo mais. E até conexão com o internacional, que a Universal já fez algumas e que é super interessante para mim", diz.
Romântica e sensual
Recentemente, a artista recebeu diversas críticas por publicar um vídeo sensualizando ao som de sua nova música. Duda, diante disso, desabafa sobre o machismo e explica que pode ser uma mulher romântica e sensual, destacando as diversas versões de si mesma.
"Todo julgamento vai existir, né? A gente vive em uma sociedade machista e infelizmente a gente está sempre sendo vista aos olhos dos homens e dessa sociedade. É muito triste que a gente ainda receba esse tipo de julgamento, mas eu tento não prestar muita atenção nisso. Tem uma coisa que acontece que as pessoas acham que é excludente mas não é. A mulher romântica pode ser sensual, uma coisa não exclui a outra", inicia.
"A gente teima na nossa sociedade em pensar que uma coisa exclui a outra, e não. Eu sou uma mulher romântica e também sou uma mulher sensual. Na verdade, eu sou várias coisas ao mesmo tempo dentro de mim. Então, eu tento lidar com isso e ver de uma forma que, provavelmente, diz muito mais sobre a pessoa que está falando do que sobre mim. Eu estou muito segura com o que eu faço e com o que eu boto no mundo no sentido da sensualidade, principalmente, sexualidade. Assim falando, eu sou uma mulher adulta. Então, acho que é sobre isso", pontua.
Conhecida como "rainha da sofrência pop" com seus diversos hits ao longo da carreira, Duda abre o jogo sobre o que acha desse título. "Eu adoro. Eu não vejo problema nenhum nisso. Eu canto sofrência, sim. Como eu falei, a vulnerabilidade é o fio-condutor de todos os meus trabalhos e minha música é pop, né? Dialoga com vários gêneros, com várias pessoas, faz as pessoas dançarem e, ao mesmo tempo, se questionarem. É sobre isso também e está tudo certo", afirma.
Próximos projetos
E ela não para! Com o lançamento de seu novo álbum e a turnê musical, Duda revela que ainda tem novidades vindo por aí! "Agora o meu principal projeto é trabalhar nesse show, a 'Tara e Tour', neste ano. Já comecei a fazer outras músicas porque do lado de cá a gente não para. Tem feats (parcerias) para sair esse ano ainda, que já estão gravados há um tempo e que são super legais e divertidos. E é isso, trabalhar, quem sabe expandir um pouco mais para o internacional, fazer alguma collab internacional, também está aí nos meus planos dos próximos meses", conta.