Crimes de Robinho e Daniel Alves reforçam a urgência em combater a violência contra as mulheresReprodução

O ex-jogador Robinho foi preso na última semana pelo crime de estupro coletivo na Itália, em 2013. Ele vai cumprir a pena de 9 anos no Brasil. Outro ex-jogador, Daniel Alves, que também foi condenado por ter estuprado uma mulher, na Espanha, ficou preso por 14 meses e foi solto ontem (25/03) após pagar uma fiança milionária.

Os dois casos levaram anos para uma condenação dos estupradores e repercutiram na imprensa internacional. O mundo ficou estarrecido. Mais uma vez mulheres são vítimas, estão desprotegidas e são julgadas e massacradas pela sociedade. Até quando? Violações graves, que envolvem ex-atletas muito influentes, ricos e que são criminosos.
“São muitas mulheres diariamente abusadas, são crianças diariamente que sofrem com isso e têm sua voz silenciada. Eu fui uma vítima do abuso e posso dizer o quanto é doloroso assistir seu abusador dizendo que ele não fez nada. Eu fico feliz em saber que um desses monstros está atrás das grades. Eu e muitas mulheres não tivemos a chance de ver nossos abusadores atrás das grandes. Mas sem dúvidas o sentimento de paz em assistir a prisão de um deles é grande. Infelizmente, nunca irá trazer de volta tudo que a vítima perdeu, é um trauma que levamos para vida”, relata a influenciadora Fany Ramos, que sofreu abusos sexuais na infância, aos 6, aos 9 e aos 12 anos de idade.

Assim como a Fany, muitas mulheres precisam lidar com essa dor diariamente. O Brasil tem números alarmantes de violência de gênero. Em 2019, a média foi de um estupro a cada 8 minutos no país. Infelizmente, as autoridades alertam para a grande subnotificação desses crimes. Ou seja, os dados reais são ainda maiores. E o pior, a violência sexual gera muito medo, culpa e vergonha nas vítimas, é um trauma para a vida inteira.
No Rio de Janeiro, para a mulher que estiver sofrendo casos de violência sexual ou agressão é só procurar uma delegacia especializada ou os canais de denúncia, como ligar para o 190 ou para o 197, ou buscar ainda o app Rede Mulher.
A Central de Atendimento à Mulher (180) é um serviço criado para o combate à violência contra a mulher e oferece três tipos de atendimento: registros de denúncias, orientações para vítimas de violência e informações sobre leis e campanhas. O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.
Não se cale, denuncie!
Aguardo vocês também no meu programa “Vem Com a Gente”, na TV Band, a partir das 13h30.