Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, em palestra no Futsummit 2024Divulgação

Rio - A conquista da América segue marcando o dia a dia do Fluminense, que teve campanha incrível em 2023 e quebrou a escrita. O tema foi um dos destaques do primeiro dia do evento Super Futsummit, na última quarta-feira (27), realizado no Museu do Amanhã, na Praça Mauá, Centro do Rio, que teve o presidente Mário Bittencourt como o responsável por contar sobre o projeto até o título continental e relembrar momentos importantes de sua gestão.

Mário foi recebido no palco por Getúlio Vargas, ex-goleiro e atualmente apresentador da emissora Band, que é um dos idealizadores do Futsummit. Na conversa, o mandatário tricolor detalhou a "Glória Eterna", não falou apenas sobre o planejamento envolvendo equipe e revelou que o momento marcante irá virar um livro.

"Uma conquista desse tamanho, ela é a construção de um edifício. Você faz a base, tem os alicerces, e a conquista do Fluminense começa quando nós chegamos ao clube, em 2019. Situação muito ruim, com uma dívida que beirava os R$ 800 milhões, quatro meses de salários atrasados, oito meses de direitos de imagem... Precisávamos, primeiro, recuperar a credibilidade. Estávamos sem nenhuma", iniciou o presidente.

O mandato de Mário Bittencourt se iniciou em junho de 2019, como o 35º presidente da história do Fluminense, tendo Celso Barros, ex-patrocinador do clube com a Unimed, como vice-geral. O cenário era de terra arrasada e com plantel correndo riscos de ser desfeito naquele momento.

"Todos os nossos melhores jogadores pediram para sair. Eu assumo e, um mês depois, jogadores como Luciano (atacante), Allan (meia), o próprio Pedro, que foi para o Flamengo depois. Eles queriam ir embora. Nós não tínhamos credibilidade, o clube não pagava em dia e ninguém queria ir jogar lá", lembrou.

Um dos pontos abordados foi o do "resgate do orgulho tricolor", com peças identificadas e buscando a reaproximação da torcida. Uma das marcas do meio do projeto de Mário Bittencourt foi o retorno do ídolo Fred, ex-atacante do Fluminense. A intenção era mostrar um clube forte e, novamente, atrativo para novos jogadores e visando mudar a imagem da casa.

Mário Bittencourt, em sua palestra no Super Futsummit, valorizou os profissionais do Fluminense e deu extrema relevância na parceria com o diretor executivo Paulo Angioni. O experiente, de 76 anos, lidera a busca por montagem de elenco e qualificação temporada após temporada.
Mário Bittencourt, Fred e Paulo Angioni, do Fluminense, em palestra no Futsummit - Divulgação
Mário Bittencourt, Fred e Paulo Angioni, do Fluminense, em palestra no FutsummitDivulgação


Pela "Glória Eterna"

O projeto esportivo do Fluminense com Fernando Diniz no comando do time vai para o terceiro ano e com plena confiança da chefia. Além da Libertadores, o "professor" também levantou os canecos do Estadual de 2023 (bicampeonato) e da Recopa Sul-Americana contra a LDU.

"A volta do Diniz é, também, a comprovação da nossa convicção. Eu estava em ano de eleição, já estávamos em curso no Brasileirão com o Abel após título do Carioca. Depois do desligamento do Abel, que nos pediu para descansar, foi uma saída muito bonita até, nós pensamos prontamente no Fernando. Desde 2019 já tínhamos isso, que ele era o melhor cara para coroar o nosso trabalho."

A estratégia montada para base do elenco campeão foi destrinchada por Mário Bittencourt em sua palestra. O presidente analisou o cenário de investimento do futebol brasileiro e como o Fluminense, gastando pouco, soube montar uma equipe competitiva para alavancar o trabalho.

"O Fluminense nos últimos três anos é apenas o 17º clube dos 20 da Série A, entre 2020 e 2023. Gastamos mais só do que Goiás, Coritiba e Cuiabá. A gente tem 1/3 do faturamento de Palmeiras, Corinthians e Flamengo e já é metade ou 40% do investimento das SAF's. A resposta está do meu lado (Fred, ex-jogador e atualmente diretor de planejamento esportivo, que também esteve no evento, e Paulo Angioni)."