A mãe do Rafael, Sandra Avelar, passou mal e desmaiou no IMLPedro Ivo

Rio - Familiares de Rafael Avelar da Silva, de 30 anos, estiveram no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, para liberar o corpo do jovem, na tarde desta quarta-feira (8). A vítima foi baleada no peito, na madrugada desta quarta, quando voltava do trabalho por um dos acessos da Cidade de Deus, na Zona Oeste. O disparo que atingiu o homem ocorreu no momento em que criminosos atacavam uma equipe da Polícia Militar, segundo a corporação. 
A mãe do jovem, Sandra Avelar, passou mal e chegou a perder a consciência por alguns segundos após a nora reconhecer o corpo de Rafael. Em curta entrevista após se recuperar, ela cobrou que o caso não seja esquecido: "A única coisa que eu quero é justiça, que a justiça seja feita. Independentemente de como que ele morreu, eu quero justiça, quero saber o que aconteceu com ele, para tirar a vida dele de uma tal maneira que nem eu mesma entendi", desabafou.
Daiane de Souza, esposa da vítima há 12 anos, contou que Rafael havia sido promovido no mercado onde trabalhava e que ele estava em período de experiência no novo cargo. De acordo com ela, o marido "sempre almejou a promoção para dar uma vida melhor à família" Daiane e Rafael são pais de Ágatha, de seis anos, que foi adotada com dois meses de vida.
"Ele recebeu uma promoção, estava no período de experiência. Estava muito feliz com isso, pois sempre almejou essa promoção para poder dar uma vida melhor para nós. Ele seria promovido agora, em agosto. Destruíram a gente de todas as formas possíveis. O Rafael era um pai maravilhoso, um filho maravilhoso, um marido maravilhoso", afirmou.
Daiane foi informada da morte de Rafael por meio de um colega que o acompanhava no caminho de volta para casa e presenciou o crime. Ela destacou que o marido "fazia de tudo para ajudar as pessoas".
"Sempre corria atrás de tudo para não deixar faltar. Fazia as vontades da filha. Estava sempre a disposto a ajudar todo mundo. Se pudesse te ajudar, ele te ajudava sem cobrar nada em troca. Ele queria ver nossa filha crescer, nossa filha se formar, mas infelizmente foi interrompido o ciclo de vida dele. Ele não era uma pessoa ruim, não merecia essa forma ruim que ele foi embora.
O caso
De acordo com a PM, policiais envolvidos na ocorrência informaram que militares do 18º BPM (Jacarepaguá) foram acionados para acompanhar uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em um atendimento na comunidade. Os agentes ficaram em um dos acessos, na Rua Mané Garrincha, onde foram atacados a tiros por criminosos, "de forma repentina e sem motivo aparente", informou a corporação.
Os PMs relataram ainda que não revidaram ao ataque. Durante os disparos dos bandidos, uma viatura e Rafael, que passava pela região, foram atingidos. Os criminosos fugiram em seguida. A área foi isolada e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada. Em nota, a Polícia Militar informou que "colabora integralmente com as investigações da Polícia Civil". 
Procurada, a Polícia Civil informou que a especializada investiga o caso, testemunhas são ouvidas e agentes atuam para identificar a autoria do disparo e esclarecer todos os fatos. Ainda não há informações sobre o horário e local do sepultamento da vítima.