Vista aérea de uma área alagada de Canoas, município ao norte de Porto Alegre, RSAFP

A chegada de combustíveis nos postos de abastecimento nas áreas afetadas por enchentes no Rio Grande do Sul cresce gradativamente, segundo informe do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), a partir da melhoria na operação das bases da região de Canoas/Esteio, aumentando a disponibilidade de produtos.

De acordo com o IBP, a logística de entrega vem se adaptando às mudanças de consumo, já que muitas pessoas se deslocam para o litoral, reduzindo o consumo na capital.

"Muitos postos estão completamente alagados e só saberemos a extensão dos problemas na infraestrutura destas instalações quando a água baixar", explica a entidade em seu boletim diário sobre a situação do setor durante a tragédia.

O Estado do Rio Grande do Sul está em calamidade pública, devido ao aumento do nível do rio Guaíba, que inundou parte da cidade de Porto Alegre. O nível do Guaíba está estável neste momento, e é esperado algum decréscimo ao longo do dia de hoje, avalia o IBP.

Segundo o boletim, as chuvas retornam nesta sexta-feira, 10, para a capital e o norte do Estado, e devem permanecer com probabilidade de alta até o início da próxima semana. As regiões de Rio Grande e Pelotas no sul do estado seguem com atenção para possíveis alagamentos.

"O Governo do Estado tem trabalhado de forma rápida para desobstrução e restabelecimentos das vias, porém as rotas ainda demandam atenção no que tange à segurança para o transporte e ao fluxo intenso e lento de caminhões", diz o IBP.
Consequência dos temporais
A tragédia no Rio Grande do Sul já deixou 113 mortes confirmadas e uma em investigação, segundo boletim da Defesa Civil divulgado nesta sexta-feira (10). O número de feridos subiu para 372 e 146 desaparecidas.
Os dados ainda mostram que mais de 337 mil pessoas estão desalojadas e mais de 69 mil estão em abrigos públicos, com necessidade de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 435 cidades foram afetadas e mais de 1,9 milhão pessoas sofrem com as inundações.
A Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do estado, divulgou que 184 mil clientes estão sem luz. Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) Equatorial, divulgou que há mais de 163 mil clientes sem energia em sua área de atuação.
Ao todo, são mais de 385 mil sem água, de um total de 6 milhões de clientes da Corsan no RS. Há ainda dezenas de municípios sem serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, de acordo com a Defesa Civil.
Os temporais também causaram danos na infraestrutura viária do estado. Pelo menos 73 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, 43 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes.
De acordo com o balanço da Defesa Civil, mais de 270 mil estudantes foram impactados pelas cheias em escolas em toda Rede Estadual de ensino, com as aulas suspensas.
O boletim ainda mostra os números de escolas afetadas (danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso e outros):
- 976 escolas
- 240 municípios
- 29 Coordenadorias Regionais de Educação
- 338.744 estudantes impactados
- 444 escolas danificadas com 183.028 estudantes matriculados.
- 74 escolas servindo de abrigo
Doações
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.