Vera Magalhães e Kiko MascarenhasReprodução

Rio - A jornalista Vera Magalhães e o ator Kiko Mascarenhas desativaram suas contas no X, antigo Twitter, em meio a polêmica entre o dono da rede social, o bilionário Elon Musk, e Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao encerrar seu perfil, a apresentadora do "Roda Viva", da TV Cultura, criticou o empresário, fez um alerta aos seguidores e disse que continuará interagindo em outras plataformas. 
"A partir do momento que uma rede social vira uma arma para o dono fazer política, falar em liberdade é piada. Quem está no X está topando as regras do jogo de Elon Musk e usando sua expertise, seu trabalho para alavancar sua arma política. Por isso, a partir de hoje, não estarei", escreveu a jornalista. 
"Os 921 mil e mais alguns, humanos e robôs, declarados e anônimos, fãs e haters, amigos da vida pessoal, amigos que fiz por lá (já foi possível), pessoas que gosto de acompanhar: estarei aqui. (...) Mas no X não mais", continuou. 
"Acredito que minha responsabilidade como jornalista é me retirar de um ambiente que se tornou tóxico e perigoso. Vou deixar de ser engrenagem desse mecanismo. Nos vemos por aqui. Bora tentar construir uma rede menos nociva para a democracia, sem ilusão de que isso seja totalmente possível", concluiu. 
Kiko Mascarenhas, que entre diversos trabalhos na TV, destacou-se pelo seriado "Tapas e Beijos", na Globo, avisou aos fãs que deixou o X em publicação feita no Instagram. "Bye", escreveu ele na legenda da imagem, que mostra o anúncio da conta desativada. O ator, que atualmente está em cartaz com uma peça em São Paulo, recebeu o apoio de outros famosos. "Boa", comentou Rafael Infante. "O X morreu. Pra mim pelo menos. Desde que aquele trolha chegou lá", afirmou Carlo Porto. "Quando o Musk comprou (oTwitter) e mandou várias pessoas embora, desativei", recordou Elizabeth Savala. "Eu já fiz isso ano passado", disse Alexandra Richter.
Entenda
Elon Musk acusou o ministro de censurar perfis na rede social e afirmou que removeria as restrições determinadas por ele. O empresário ainda disse que Moraes deveria "renunciar ou sofrer um impeachment" por "trair descaradamente e repetidamente a Constituição e a população do Brasil".
Em resposta, o ministro incluiu o bilionário como investigado no inquérito das milícias digitais por "dolosa instrumentalização" da rede social. O ministro também ordenou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça "inclusive em organização criminosa e incitação ao crime".
Durante a sessão plenária do STF, nesta quarta, o ministro Alexandre de Mores se manifestou publicamente sobre a polêmica. "Talvez alguns alienígenas não saibam, mas passaram a aprender e tiveram conhecimento, da coragem e seriedade do Poder Judiciário brasileiro", disse.

"A população brasileira, as pessoas de bem, sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão, não é liberdade para proliferação do ódio, do racismo, da misoginia, da homofobia, não é liberdade de defesa da tirania", emendou o ministro.
O dono do X (antigo Twitter) usou, novamente, a rede social para comentar sobre as decisões do ministro para a suspensão de contas na plataforma, e disse que o X respeita as leis brasileiras, mas que tem que recusar ordens que as contrariem. "X respeita as leis do Brasil e de todos os países em que atuamos. Quando recebemos uma ordem para infringir a lei, devemos recusar", escreveu. 
 
 
 
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