A influenciadora Fany RamosDivulgação

Hoje vamos conhecer a história da Stephane Ramos, conhecida nas redes sociais como Fany Ramos. Uma menina que nasceu na comunidade Chapadão, no subúrbio do Rio de Janeiro, e passou a infância sofrendo abusos e importunação sexual dentro de casa, com pessoas da própria família. Mas ela deu a volta por cima e hoje inspira outras mulheres.

Os abusos começaram aos dois anos. Os parentes não acreditavam. Fany, ainda uma criança, começou a se calar, e além de vítima a menina se tornou a ‘vilã’ da história. O primeiro agressor foi um tio, o segundo, o marido de uma tia. Aos doze anos, o padrasto foi o terceiro abusador. Durante nove anos ela sofreu as agressões de pessoas da família e até hoje seguem impunes - nenhum foi preso.

Mas aos 15 anos a vida começou a mudar, ela conheceu seu atual marido e o amor. A família começou a crescer, Fany engravidou e as dificuldades aumentaram. Foram várias privações e, após duas gestações, Fany engordou e não conseguiu perder peso. Desenvolveu compulsão alimentar e crises de ansiedade. Afundada na depressão e sem perspectivas, desesperada, chegou a tentar suicídio.

Com a pandemia, seus problemas se agravaram e refletiram ainda mais no aumento de peso, ela chegou a 117 quilos. Com problemas de saúde, aos 24 anos, ela fez uma cirurgia bariátrica e a jornada foi documentada em vídeos no TikTok, Instagram e YouTube. Dois meses após a cirurgia, Fany engravidou de Noah, seu terceiro filho. A influenciadora enfrentou momentos difíceis de aceitação durante toda a gestação, mas continuou a compartilhar sua jornada. Atualmente são mais de quatro milhões em todas as suas redes. Uma mulher que superou abusos, pobreza e consolida-se como uma inspiração positiva para milhões de pessoas.

Fany deixou para trás a vida sedentária e se tornou um exemplo de força, superação, transformação e resiliência. Vamos conhecer um pouco mais sobre o nosso mulherão de hoje? Confiram a entrevista completa.

Conta um pouco da sua história?
Sou do Rio de Janeiro, fui criada em uma comunidade localizada em Costa Barros, o Complexo do Chapadão. Minha infância foi difícil, sofri abusos sexuais dos 6 aos 15 anos e isso me gerou muitos traumas, fui criada pelos meus avós. Um dos meus abusadores morava na casa de cima, outro era um ex-padrasto e o outro marido de uma tia. Minha vida foi cercada por isso. Em meio todos os traumas não tive o apoio e nem acolhimento da família para acreditar e lutar por mim, e isso gerou grandes dores na infância. Bom… cresci, amadureci, entendi que eu jamais poderia ser culpada por nenhum desses abusos, excluí boa parte das pessoas da minha vida. Hoje a minha família é a que eu criei, tenho contato com alguns parentes, mas família é a minha.
Como decidiu dar a volta por cima?
Quando eu olhei para meus filhos e vi que eles mereciam a minha melhor versão por eles, uma mãe curada, uma mãe disposta, uma mãe viva de verdade, comecei a procurar ajuda psicológica para tratar feridas abertas.
Como superou os abusos?
Superar os abusos que sofri não foi a pior parte, a pior parte mesmo é superar os traumas que ele deixa. Supero eles todos os dias, eu não sou meus traumas, eu sou quem eu vim pra ser. Então eu não carrego a dor, mas essa dor e essa vergonha não é minha. Quando eu aprendi que a minha voz tinha valor, comecei a calar todo medo em mim.
Como foi essa virada de chave?
Foi uma virada trabalhosa, com muita ajuda psicológica e Deus. O processo de emagrecimento foi um processo de reencontro, aonde comecei a criar novos hábitos pós-bariátrica, comecei a criar uma nova versão minha. Muitas mulheres passam pelo mesmo problema.
O que você poderia falar para essas mulheres?
Que você pode superar e vencer qualquer coisa, quando assumimos o controle da nossa vida e trabalhamos nossa mente para acreditar que somos capazes, tudo muda. A gente só vive uma vez e que seja uma grande vida.
Como decidiu virar influenciadora?
Sou a criadora de conteúdo desde 2015, acredito que nasci para isso. Amo me comunicar com pessoas, amo ajudar mulheres a se levantar, amo compartilhar minha jornada e sempre foi assim. Então tudo foi fluindo, uma mãe, dona de casa sem ter como trabalhar fora e sem rede de apoio. Eu nem saia de casa, mas quando eu estava gravando eu me sentia tão bem, tão realizada e tudo foi acontecendo. Eu sou completamente realizada.
Você se acha um mulherão?
Eu me acho uma mulher incrível, tenho orgulho. Uma mulher que entender que sua força vem de dentro, uma mulher que mesmo que o mundo tenha tentado derrubar, ela balança mas não cai. Uma mulher, quando ela encontra a força que vem de dentro, ninguém consegue parar ela.