No Brasil, cursos técnicos e superiores desempenham um papel fundamental ao preparar indivíduos para as oportunidades do mercado de trabalhoFoto: Freepik - Uso gratuito

Tomar decisões relacionadas à educação e ao futuro profissional é uma tarefa desafiadora para muitas pessoas. Mas em um mundo em constante transformação, buscar por excelência pode ser um caminho indispensável para alcançar o sucesso na carreira escolhida. No Brasil, cursos técnicos e superiores desempenham um papel fundamental ao preparar indivíduos para as oportunidades do mercado de trabalho, fornecendo habilidades específicas e conhecimentos essenciais. Mas qual dos níveis de ensino escolher?
Essa é uma pergunta que com certeza passa pela cabeça de milhões de brasileiros na hora de priorizar uma formação. O curso técnico costuma ser mais específico, prático e curto, focando em habilidades para o mercado de trabalho. Já a graduação é mais abrangente, teórica e longa, oferecendo uma base sólida em diversas áreas do conhecimento. É preciso estar atento às necessidades individuais para encontrar uma resposta, e para ajudar você, nesta reportagem vamos trazer mais informações sobre cada nível de ensino.
Formação por curso técnico no Brasil
Amplamente reconhecidos por suas contribuições para o desenvolvimento de habilidades práticas e direcionadas a setores específicos da economia, os cursos técnicos proporcionam uma rápida inserção no mercado de trabalho. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), somente em 2021 mais de 1,9 milhão de pessoas estavam matriculadas no ensino profissional técnico de nível médio (EPTNM). Essa busca por capacitação técnica se deve, em parte, à demanda existente no mercado de trabalho.
Alguns dos cursos mais populares são os que formam eletricistas, técnicos em informática, mecânicos automotivos e técnicos de enfermagem. E segundo a pesquisa mais recente solicitada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, cerca de 69% das pessoas formadas em cursos técnicos conseguem uma oportunidade de emprego logo após a formatura.
A área de saúde, por exemplo, requer sempre técnicos de enfermagem capacitados, que são fundamentais para o atendimento à população em hospitais e clínicas. Já o setor industrial tem uma necessidade contínua por profissionais qualificados para operar e manter equipamentos complexos. Os cursos técnicos, por serem mais curtos e focados em habilidades práticas, atendem a essa demanda de forma mais ágil, permitindo que os estudantes ingressem no mercado de trabalho com rapidez e eficiência.
Foi o caso de Carlos Alexandre, que com 28 anos decidiu se profissionalizar e migrar da carreira administrativa para a de eletricidade predial e redistribuição. Com a formação técnica de 1 ano, ele não sentiu dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho. “Os próprios professores vão indicando a gente para os trabalhos. Primeiro fiz um estágio, curto, e logo depois fui contratado por uma empresa que administra condomínios”, conta.
A duração dos estudos técnicos, entretanto, varia de acordo com o curso escolhido e a instituição de ensino - mas geralmente fica entre alguns meses e dois anos. Muitos cursos também contam com descontos como incentivos para os alunos, além das opções gratuitas oferecidas pelos governos municipais, estaduais e federal, tornando a educação técnica acessível a uma parcela maior da população.
Formação por curso superior no Brasil
Já os cursos superiores oferecem uma formação acadêmica mais abrangente e aprofundada em diversas áreas do conhecimento, levando mais tempo para a conclusão dos estudos - pelo menos 4 anos. São fundamentais para profissões que exigem um alto grau de especialização e uma compreensão mais ampla e crítica dos conceitos e teorias subjacentes às práticas profissionais, podendo, inclusive, ter a carreira acadêmica como um foco (mestrado, doutorado, etc).
Carreiras como engenharia, arquitetura, medicina, direito e ciências da computação são exemplos de áreas onde o diploma de nível superior é essencial. Ainda segundo o CNI, a taxa de empregabilidade dos graduados em cursos superiores logo após a conclusão dos estudos é de 70%, ou seja, 1% maior em comparação com aqueles que possuem apenas o técnico.
Contudo, também é importante considerar o investimento financeiro dedicado ao nível de ensino. O custo médio de uma graduação costuma ser mais elevado do que o de um curso técnico, principalmente quando se leva em conta a quantidade de semestres pagos durante a formação. Existem, porém, programas de incentivos como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) que facilitam o acesso ao ensino superior - além das universidades públicas.
Portanto, para fazer a melhor escolha - entre graduação e curso técnico - é essencial buscar conhecimento e refletir sobre seus objetivos pessoais e profissionais. Conhecer habilidades, interesses e aspirações é fundamental antes de tomar uma decisão.
Outra recomendação é pesquisar sobre as áreas de interesse, o mercado de trabalho, salários e oportunidades, assim como conversar com pessoas que atuam nas áreas que você está considerando seguir para ter uma visão mais realista da rotina profissional e dos desafios enfrentados.