Cerca de 34,8 mil palestinos, a maior parte mulheres e crianças, foram mortos desde o início da guerraAFP

Autoridades de Israel afirmaram hoje que pretendem seguir com a operação em Rafah, cidade no sul de Gaza, para atingir seus objetivos militares, apesar da pressão dos Estados Unidos para que a ofensiva seja interrompida.
Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant alertou "inimigos e amigos" durante discurso nesta quinta-feira de que o "Estado de Israel não será subjugado" e "permanecerá firme" em alcançar seus objetivos ao atacar o Hamas, na Faixa de Gaza, e o Hezbollah, no Líbano. "Qualquer que seja o custo, vamos garantir a existência de Israel", afirmou Gallant, segundo vídeo divulgado nas redes sociais.
Outra autoridade sênior israelense revelou à Reuters, sob anonimato, que a última rodada de negociações para um cessar-fogo terminou e que Israel continuará sua operação em Rafah e outras partes da Faixa de Gaza, como planejado.
As afirmações ocorrem em meio à pressão internacional para interromper a ofensiva, diante de alertas da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre possíveis consequências "desastrosas" para os 1,5 milhão de palestinos refugiados na região.
A passagem de Rafah na fronteira com o Egito, maior ponto de entrada para ajuda humanitária, está fechada desde que o Exército israelense tomou controle pelo lado de Gaza na terça-feira e diversos palestinos relataram à Associated Press que não têm para onde se deslocar. A guerra já matou cerca de 34,8 mil palestinos, a maior parte mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
A preocupação com os impactos da ofensiva no sul de Gaza levou o presidente dos EUA, Joe Biden, a cortar o suprimento de alguns itens militares para Israel. Hoje, o governo americano renovou o alerta, afirmando que estenderá a pausa de assistência militar e que continuar a operação em Rafah pode dar uma "vitória estratégica para o Hamas", se Israel não interromper a ofensiva
Em postagem no X, antigo Twitter, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reproduziu um discurso realizado no "Dia da Independência", em aparente resposta à iniciativa norte-americana. "Hoje somos mais fortes. Estamos determinados e unidos para derrotar nossos inimigos e aqueles que querem nos destruir. Se precisarmos fazê-lo sozinhos, faremos sozinhos", disse.