Da esquerda para direita: Leandro Machado, Cezar Daniel Mondêgo e Eduardo SobreiraReprodução/O DIA

Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) indiciou, nesta quarta-feira (24), Eduardo Sobreira Moraes, Cezar Daniel Mondêgo de Souza e o policial militar Leandro Machado - que estão presos temporariamente - pelo envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo. A vítima foi executada a tiros no dia 26 de fevereiro, na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio. A especializada também pediu a prisão preventiva dos autores. 
Segundo as investigações, os três participaram do monitoramento da vítima e se encontraram antes e depois do crime. Um deles ainda forneceu o carro utilizado no dia do homicídio. Após as prisões dos três suspeitos, a DHC cumpriu mandados de busca e apreensão contra outras pessoas investigadas.

O inquérito foi desmembrado, a fim de identificar e responsabilizar criminalmente os demais envolvidos na morte do advogado.
Quem são os indiciados:
Leandro Machado da Silva é lotado no 15º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Duque de Caxias. Ele já tem histórico de prisão pela prática de homicídio e por integrar milícia em Duque de Caxias.
Cezar Daniel era funcionário nomeado da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) desde 2019. Ele deixou o cargo no começo deste mês e seria substituído por Eduardo. Mas a portaria sobre a mudança foi tornada sem efeito. Segundo a Alerj, Cezar segue exonerado e o cargo está vago. O motivo da exoneração e de onde partiu a nomeação não foram informados. O suspeito recebia remuneração de R$ 2.029,37.
Eduardo Moraes é apontado pela investigação como o responsável pela vigilância e monitoramento da vítima nos dias que antecederam o crime, e também no dia da morte, na parte da manhã até o início da tarde, utilizando um Gol branco, similar ao dos executores.
Investigações
De acordo com a Polícia Civil, Cezar e Eduardo foram responsáveis pela vigilância e monitoramento do advogado nos dias que antecederam o crime - na parte da manhã e no início da tarde do dia do assassinato. A dupla usava um Gol branco, parecido com o dos executores, flagrado por câmeras de segurança. O carro foi entregue para Eduardo pelo PM Leandro Machado. Os investigadores afirmam que Leandro é o responsável por coordenar toda a logística do crime.

A Polícia Civil segue na apuração para identificar os demais envolvidos e a motivação do crime.

Crime
Rodrigo Marinho Crespo foi atingido por tiros às 17h15 do dia 26 de fevereiro. Ele tinha acabado de sair do escritório de advocacia Marinho & Lima Advogados, do qual era um dos sócios. O prédio fica a poucos metros da sede da OAB-RJ. Na mesma rua ficam o Ministério Público do Rio e a Defensoria Pública do estado.

Rodrigo Marinho Crespo tinha ampla experiência em direito civil empresarial com ênfase em contratos e em direito processual civil.