Deputada estadual Lucinha (PSD) é investigada por suspeita de ligação com milicianos Arquivo / Agência O Dia

Rio - A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) escolheu, na manhã desta quarta-feira (3), o deputado Felipinho Ravis (Solidariedade) como o relator do processo que pode cassar o mandato de Lucinha (PSD). O nome foi decidido em reunião secreta dos membros do Conselho de Ética da casa, responsável por instaurar um processo ético-disciplinar contra a parlamentar. 
O processo foi aberto há dois meses e, desde então, a decisão pelo relator era esperada para dar andamento ao caso, que pode levar até 120 dias para ser concluído. A contagem dos quatro meses passou a contar na última semana, quando o inquérito foi concluído e enviado. 
Lucinha passou a responder ao Conselho após ter sido alvo de inquérito na Justiça, onde é apurado o possível crime de envolvimento da parlamentar com a milícia que atua na Zona Oeste. A deputada foi um dos alvos da Operação Batismo, da Polícia Federal (PF) e do MPRJ, em dezembro do ano passado.
A deputada, de 63 anos, seria o braço político da milícia de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso no dia 24 de dezembro do ano passado. O grupo paramilitar atua em pelo menos 13 bairros do Rio, a maioria na Zona Oeste, onde vive uma população de mais de 4 milhões de pessoas.

Após a operação, a parlamentar chegou a ser afastada do seu mandato na Alerj. A decisão foi tomada em dezembro, mas logo em janeiro a casa decidiu pela volta da deputada às suas atividades, com a condição de que ela respondesse ao processo disciplinar no Conselho.
O prazo para o processo de cassação pode levar até 120 dias e começou a contar na semana passada, quando o presidente do Conselho de Ética, o deputado Júlio Rocha (Agir), recebeu o inquérito que investiga as ações da parlamentar.